TAG: 15 COISAS LEGAIS QUE ACONTECERAM EM 2015

Me deu saudades do blog… Então eu resolvi postar!

2015 tá acabando e foi um ano cheio de coisas boas, olha só:

Montagem11 – Mudei de apartamento

Logo no comecinho do ano, em fevereiro, eu mudei de apartamento e fui morar na Liberdade – um bairro que eu adoro! Foi uma mudança legal porque conseguimos alugar um imóvel maior por um preço menor. Além disso, no novo apê (que nem é mais tão novo assim) a gente fica bem pertinho do metrô, o que é uma mão na roda.

2 – Acompanhei um bloco de Carnaval

Justamente por causa da mudança nós não conseguimos viajar no Carnaval. Mas, pela primeira vez eu decidi acompanhar um bloco de Carnaval aqui em São Paulo e adorei. Foi muito divertido, conheci gente muito legal e me acabei junto com duas amigas. Inesquecível!

3 – Comecei em um emprego novo

Em março eu tive a sorte de ser chamada para começar em um novo emprego, como assessora de imprensa em uma agência de comunicação. Fiquei muito animada e, até hoje, sou muito grata por essa oportunidade. É lá que eu tenho tido boas oportunidades de me desenvolver muito profissionalmente, trabalhando com o que mais gosto: moda.

4 – Trabalhei (e aprendi!) muito

Atualmente eu atendo três contas importantes dentro da agência onde trabalho e fico feliz por isso. São marcas internacionais de moda, que me proporcionam um aprendizado diário. Apesar de ser muito trabalho e de ter muita responsabilidade, eu sinto que neste ano consegui me tornar uma profissional muito mais madura e consciente. Tenho muito chão para percorrer ainda, mas acho que estou no caminho certo…

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5 – Comprei meu 1º Louboutin

Realizei o sonho de uma vida e comprei o meu primeiro Loubie. É muita emoção! O modelo é lindo, mas confesso que tenho dó de usar em qualquer ocasião… Guardo somente para as mais especiais. Além disso, tenho que admitir que não é nada confortável e bastante difícil de se equilibrar.

6 – Mantive contato com velhos amigos

Taí uma coisa na qual eu tenho dificuldade! Sempre acabo sendo engolida pelo trabalho e pelo cansaço do dia-a-dia e não consigo ver tanto meus amigos quanto gostaria. Mas, nesse ano acho que já consegui mudar um pouco disso. Reencontrei velhas amigas, saí, me diverti com elas e também dei um jeitinho de me encontrar com certa frequência com algumas amigas de quem gosto muito. Ainda foi pouco, perto do que eu queria, mas é um começo.

7 – Mas fiz novos amigos também!

Conheci bastante gente nova e, com isso, coloquei alguns novos amigos no coração. Gosto muito de estar perto de gente divertida, sincera, do bem… E acho que dei sorte de ter encontrado uma porção de gente assim pelo caminho nesse ano. Novos laços que começam a se formar, mas já dão aquela sensação maravilhosa.

8 – Passei bastante tempo com a minha família

Esse é outro ponto difícil para mim. Mas, desde que as crianças nasceram (filhos da minha prima-irmã), tenho feito o possível para passar o máximo de tempo possível com eles e, por consequência, com toda a família. Fico feliz por isso! É muito bom aproveitar momentos gostosos ao lado de gente que se ama.

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9 – Dei minha primeira palestra da vida

Eu nem acreditei quando fui convidada pela minha orientadora de TGI para ministrar uma palestra sobre Assessoria de Imprensa em Moda no Mackenzie, universidade onde me formei. Me senti tão honrada! Foi uma experiência incrível, muito enriquecedora e que eu espero repetir em breve!

10 – Voltei a fazer terapia regularmente

Acho que essa foi a melhor coisa que eu fiz por mim mesma neste ano. Voltei a fazer terapia uma vez por semana, regularmente. Sou outra pessoa! E não tenho vergonha nenhuma de dizer isso. Me esforço muito para manter o equilíbrio mental e emocional em dia, e acho que essa é a maio demonstração de amor próprio que eu poderia me dar. Me orgulho disso!

11 – Completei 7 anos de namoro

Sim, a crise dos sete chegaram… E passaram. E eu continuo aqui apaixonada! Sou uma mulher sortuda por poder dizer que encontrei meu “the one”. Para ele: 3 words, 8 letters.

12 – Experimentei um anel de noivado da Tifanny&Co

Babadooo! Afinal, sonhar não paga nada, né? Não fiquei noiva (ainda), mas coloquei no dedo o anel que é sonho de consumo de 99,9% das noivas e me senti. Foi tão rapidinho, mas eu fiquei até nervosa. Dá para acreditar?

13 – Usei fantasia de Harry Potter no Halloween

Potterhead, sim, eu sou. Melhor saga literária da vida. Coloquei a vergonha na cara de lado e apareci vestida do meu personagem favorito para trabalhar. Foi lindo, foi épico, foi maravilhoso. “Hogwarts will always be there to welcome you home”.

14 – Fui bastante para balada

Desde que parei de dançar, nunca me vi muito como o tipo que saí para a balada todo final de semana. Mas, neste ano eu descobri que pode até ser bastante divertido. Muito por causa desses novos amigos que comentei lá em cima, temos ido para a balada com frequência e tem sido ótimo! Além de dançar – uma coisa que me faz bastante falta – é muito legal poder me jogar na noite com gente divertida, acompanhada do meu namorado.

15 – Viajei para o Rio de Janeiro

Foi a trabalho. E bem rapidinho. Mas, valeu tanto a pena! O Rio é lindo demais!!! Tô apaixonada por aquele lugar. Não vejo a hora de voltar de férias e aproveitar toda aquela ~maravilhosidade~ carioca.

Vem 2016! Eu tô super pronta pra você!

 

Tombo na Olimpíadas

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12h05: Como todos os dias, ela desce do ônibus na Rua Olimpíadas e liga para o namorado de seu celular. Ao atravessar a rua, torce o pé em um ângulo inexplicável e começa a gritar.

12h06: Não aguentando a dor, desliga o celular na cara do namorado e despenca literalmente no meio da rua. Agradece mentalmente a Deus porque o farol está fechado e engatinha até a calçada.

12h07: Estirada no chão, agarra com força o pé dolorido e começa a chorar – de dor, mas também de raiva. O semáforo abre e um motorista que viu tudo enquanto esperava o sinal abrir se aproxima e ajuda.

12h08: Ele tira sua sapatilha (ai Senhor, justo aquela que dá chulé) e massageia seu pé latejante enquanto ela chora. Todos os passantes observam a cena.

12h09: Ela se levante depois de retomar algum controle e liga de novo para o namorado para explicar o que houve.

12h10: “É a sua cara fazer isso”, ele diz.

Dos conselhos que eu gostaria de ter me dado

Se eu pudesse voltar no tempo, gostaria de ter a oportunidade de sentar com a minha versão dez anos mais jovem para tomar um café e conversar. Hoje, aos 24 anos, vejo a vida de um jeito completamente diferente de como via há dez. E, provavelmente, aos 34, vou ver a vida de um jeito completamente diferente de como vejo hoje. Sendo assim, eis o que eu diria para a Nicolle de 14 anos:

Mães têm razão: Sim, você vai precisar de um casaco. Aquela “amiga” realmente não era boa companhia para você. Você não precisa fazer uma mecha loira no cabelo – e provavelmente vai se arrepender de tê-la feito no futuro. E se envolver com aquele cara mais velho de fato não era uma boa ideia.

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Não importa sua idade… Você sempre precisa da sua mãe…

Não tente mudar as pessoas: As pessoas são o que são, não vale a pena tentar mudá-las. Quanto antes aceitarmos isso, melhor. Irá te poupar muito tempo e desgaste emocional. Simplesmente acostume-se com a ideia de que somos diferentes e que a maioria  das pessoas procura ser a melhor versão de si mesmo. O tempo irá se encarregar do resto.

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Um dos momentos mais felizes da vida é quando você encontra coragem para desistir do que não pode mudar

Passe mais tempo com a família: Aos catorze anos, perdi uma tia de quem gostava muito e, desde então, penso em todas as vezes que preferi fazer outra coisa a aproveitar sua companhia – se ao menos eu soubesse o quão pouco essa convivência ia durar. Quando a gente perde alguém muito querido, todo o tempo que passamos juntos simplesmente não parece o suficiente, e só hoje eu sei o quanto eu sinto falta do tempo que nós não passamos juntas.

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Regras da família: sempre diga a verdade, se esforce, mantenha suas promessas, tente coisas novas, não reclame, ria alto, sempre diga “eu te amo”, use palavras gentis, faça o seu melhor, seja grato, seja gentil, tenha orgulho de si mesmo, diga “por favor” e “obrigada”, lembre-se de que você é amado

Valorize os verdadeiros amigos: Amizades vêm e vão, as coisas são assim mesmo. Mas é necessário muito esforço para manter aquelas que realmente importam. E, mesmo assim, algumas vezes a gente não consegue. Por isso, é importante valorizar os verdadeiros amigos, porque mantê-los dá trabalho, mas vale a pena.

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Verdeiros grandes amigos são difíceis de achar, difíceis de abandonar e impossíveis de esquecer

Não crie tantas expectativas: Algumas pessoas vão te decepcionar, você vai decepcionar algumas pessoas e isso acontece. Alguns sonhos irão se realizar, outros não. E isso não é o fim do mundo. É importante saber lidar com suas expectativas e estar preparada para o que realmente acontece na vida.

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Pare de se apegar ao passado: Sim, seria maravilhoso se nós pudéssemos simplesmente esquecer alguns dos erros dos quais nos arrependemos. Mas, infelizmente, isso não é possível. Em vez de sucumbir ao arrependimento, o melhor é desapegar e entender que aprendemos errando. E nossos arrependimentos servem para nos lembrar da pessoa que não queremos ser.

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Só porque seu passado não foi como você gostaria, não significa que seu futuro não possa ser melhor do que você imaginava

Divirta-se: sofra menos, como dizem, as coisas passam e nem tudo merece um rio de lágrimas. Pare de sentir inveja dos outros, tente se apegar às coisas boas da vida, comece a contar suas bençãos e lembre-se de sorrir sempre. Um sorriso é sempre o melhor remédio.

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Divirta-se. Sorria. E continue retocando o batom.

Ame e seja amado: Esse é o conselho principal. Estar apaixonada te faz querer ser uma pessoa melhor, e ser correspondida nesse sentimento é uma sensação maravilhosa.

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A melhor coisa que você pode aprender é amar e ser amado

Sobre não passar no Curso Abril de Jornalismo

Da primeira vez que me inscrevi para o Curso Abril de Jornalismo, em 2012, eu tinha certeza que iria passar. Minha certeza era tão grande que eu sentia que não existia a possibilidade de isso não acontecer. Afinal, foram quatro anos ouvindo de professores, colegas e mestres que eu tinha nascido para aquilo e meu momento finalmente tinha chegado – ou, pelo menos, eu pensava que tinha.

Sendo assim, é evidente que eu não estava preparada para o retorno negativo que veio a seguir: não fui convocada nem para fase de entrevistas presenciais. Meu mundo simplesmente caiu. Extremamente imatura, minha reação foi a pior possível e eu comecei a questionar minha capacidade profissional.

Hoje, consigo ver que o meu erro foi que eu pensei demais, me esforcei demais, tentei demais e acabei enfiando os pés pelas mãos. Passei dias e dias em frente ao computador para escrever um texto que, após terminado, não fazia jus à minha personalidade.

Quando chegou a hora, pensei muito se devia tentar uma segunda vez.  E, assim, de supetão, decidi que sim. Escrevi o texto em menos de meia hora, no bloco de notas do Windows e enviei minha inscrição sem revisar. Sim, eu sou uma pessoa de extremos.

E, um belo dia, estava lá: o e-mail que eu tanto esperei dizendo que eu tinha sido uma das 336 pessoas selecionadas para a fase de entrevistas. Eu não me cabia de tanta felicidade. E estava decidida a fazer direito, dar o melhor de mim para conseguir essa vaga. E, sem perceber, comecei a me perder de novo…

Só conseguia pensar nisso e comecei a pesquisar sobre entrevistas de candidatos de anos anteriores. Foi quando descobri Edward Pimenta. Todos os relatos que li de pessoas que passaram por entrevistas com ele o descreveram como extremamente crítico, afiado, inteligente e muito exigente. Isso me apavorou.

Daí para frente passei o período entre o recebimento do e-mail e a entrevista tentanto ser uma pessoa por quem Pimenta se interessaria – em vez de tentar ser somente a melhor versão de mim mesma. Até que o dia finalmente chegou.

Acho que nunca fiquei tão nervosa em minha vida. Cheguei com mais de uma hora de antecedência, então tive tempo de comer alguma coisa na lanchonete da editora e fui até um dos banheiros para me acalmar. Uma das faxineiras me perguntou se eu estava lá para uma entrevista e me desejou boa sorte.

Quando finalmente chamaram meu nome, fui recebida por um rapaz loiro de sorriso simpático. Afinal, não seria Pimenta que iria me entrevistar. Não sei explicar direito o motivo, mas me senti aliviada.

Sérgio Gwercman se apresentou e explicou que gostaria de conversar. E assim foi. Perguntou quem eu era e procurou meu texto na pilha de papéis ao seu lado, quando finalmente encontrou suas palavras foram música para os meus ouvidos: “Ah, você é a menina do texto criativo”, ele disse. Não pude conter um sorriso.

Foram os vinte minutos mais tranquilos que eu poderia esperar daquele dia. Gwercman parecia genuinamente interessado em saber quem eu era e do que eu gostava. Entre outras coisas, me disse que eu tinha cabeça de editora e não de réporter. Também falou que quando leu meu texto de inscrição, não sabia se eu queria ser jornalista ou escritora – o que eu resolvi encarar como um elogio.

Quando o nosso tempo terminou, fiquei como um nó no estômago porque passou tão depressa e eu tinha tanto para dizer. Mas, saí de lá satisfeita e feliz porque estava com aquela sensação de que tinha valido a pena chegar até ali só pelo valor daquela experiência, independente se eu iria passar ou não. E eu não sou uma pessoa que costuma sentir esse tipo de sensação.

No final das contas, acabei não passando. E admito que fiquei bem triste. Mas, não como da primeira vez. Lamentei pelo que deixaria de aprender e logo em seguida levantei a cabeça para seguir em frente. Tenho sorte de ter tido pelo menos aquela conversa com Gwercman, já que Pimenta no dos outros é refresco.

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O cruel jogo do “E se…”

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Minha terapeuta vive me dizendo que preciso dar mais valor para o agora. Há tempos que ela tenta me fazer mudar o hábito de cair na armadilha do “E se…”. Vocês sabem, aquele joguinho maldoso e cruel que fazemos com nós mesmos quando ficamos imaginando como uma situação poderia ser se tivéssemos feito algo de diferente, em vez de a apreciarmos como ela realmente é. Eu sou craque nisso.

Esse é um jogo que tenho jogado desde que me entendo por gente. Não importa o resultado de uma coisa, eu sempre dou um jeito de imaginar como ela poderia ter sido se algo tivesse acontecido de maneira diferente. Geralmente, na minha cabeça, os cenários que imagino sempre parecem muito melhores, mais promissores e sedutores do que a situação real. Resultado: eu sempre acabo frustrada. Não importa se a situação real é boa – para mim, ela sempre poderia ter sido ótima.

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Mas, esse nem é o maior problema desse hábito. Afinal, desejar coisas melhores no futuro é o que nos move para frente, certo? O maior empecilho é que muitas vezes eu deixo de perceber o quanto já conquistei por estar tão concentrada no que poderia ter conquistado.

Por exemplo: às vezes me pego pensando no quanto teria sido perfeito se eu pudesse ter me casado antes de vir morar com o meu namorado. Eu deveria estar maravilhada em ter a oportunidade de dividir o teto com o homem que amo e ficar feliz de que ele queria dividir sua vida comigo, não é? Mas, em vez disso, deixo os detalhes da vida perfeita que idealizei na minha cabeça me atrapalhar na hora de perceber as realizações da vida real.

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Agora, imaginem viver desse jeito. Sempre achando que nada, nunca, está bom o bastante. Terrível, não é? É claro que devemos sempre buscar o melhor… No entanto, também faz bem acreditar que de vez em quando o que conseguimos é o suficiente. Aliás, é mais do que suficiente. O que conseguimos é o melhor que poderíamos e isso é ótimo! Porque se deixar levar pelo jogo do “E se” por tempo demais pode ser uma armadilha e tanto.

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Entre mãe e filha*

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Aos seis.

– Bebê, o que você quer ser quando crescer?
– Princesa, mamãe! Vou morar em um castelo e ter um vestido igual ao da Bela.

Aos onze.

– Tchula, você já sabe o que vai ser quando crescer?
– Ah, mãe, sei lá… Ainda falta tanto tempo.

Aos treze.

– Filha, o que você vai querer fazer quando estiver mais velha?
– Não sei, mãe. Acho que quero ser advogada.

Aos quinze.

– E aí, filha, já decidiu qual profissão você vai querer ter?
– Advogada, mãe. Tem tudo a ver comigo. Um dia, posso até ser juíza. Legal né?

Aos dezesseis.

– Mãe, acho que não quero mais fazer Direito. Não sei, acho que ser advogada não é a opção certa pra mim. Queria fazer alguma coisa que tivesse a ver com comunicação… Mas ainda não sei bem.

– E agora, filha? O vestibular já é no ano que vem.

– É, mãe. Eu sei. Mas eu sempre gostei tanto de conversar, de ler e escrever. Tenho tanta coisa para falar! E também adoro escutar as histórias dos outros.

Aos dezessete.

– Mãe, decidi prestar vestibular para Jornalismo.

– Jornalismo, filha? Mas, você nunca tinha falado sobre jornalismo antes.

– Pois é, decidi meio de repente. Mas, acho que é a coisa certa a fazer.

Aos dezessete e meio.

– Alô, mãe? Passei na faculdade!!

– Ai, filha não acredito! Jura?

– Tá sentada, mãe? Ainda tem mais…

– O quê…?

– Consegui uma bolsa integral, mãe!! Pelo ProUni!

– (Choro)

– Não chora, mãe! Você tá feliz??

– …

– Mãe?

– (Meio rindo, meio chorando) Hoje é o dia mais feliz da minha vida!

Aos dezoito.

– Ficou sabendo?

– O quê?

– Caiu o diploma de Jornalismo…

– E agora?

– E agora, nada.

Aos dezenove.

– Mãe, lembra aquele documentário sobre trilha sonora no cinema brasileiro que eu fiz para a faculdade?

– Humm…

– Então, ganhei um prêmio!

– Um prêmio?

– É, mãe! Ele vai ser exibido na Rádio Cultura!

– Nossa, filha… Parabéns! Me fala o dia que vai ao ar para eu dizer para todas as minhas amigas escutarem, tá?

– (Rindo) Tá bom, mãe…

Aos vinte.

– Tô muito feliz!

– Por que, Nicolle?

– Decidi o que quero fazer no meu TGI.

– O que é TGI, filha?

– É o meu trabalho de conclusão da faculdade, mãe. Tipo um TCC, sabe? Só que no Mackenzie chama TGI.

– Ahhh! Mas, já? Você se forma só daqui algum tempo.

– É, eu sei. Mas já descobri uma coisa pela qual sou apaixonada. Por isso estou feliz.

– E o que é?

– Revistas.

– Ah, Nicolle… Isso eu já sabia! Se você tivesse me perguntado, tinha te dito. Não precisava ter esperado esse tempo todo para descobrir!

– …

– Quando você era pequena, vivia lendo revistas lá no salão. Às vezes você ficava tão quietinha que eu até esquecida que estava lá. Desligava o secador e esperava: se eu escutasse o barulho das páginas era porque você estava lendo. Era assim que eu sabia que você não tinha saído escondida para comprar doces.

– Ah, é?

– É! Você fazia uma pilha de revistas em volta do corpo e lia todas.

Aos vinte e dois.

– (Chorando) Dez, mãe. Tirei dez no TGI.

– (Chorando e me abraçando) Eu vi, filha. Eu vi. Parabéns, tá? Você me dá muito orgulho! Muito mesmo!

– Obrigada, mãe. Por tudo!

Aos vinte e dois e meio.

– Acabou. Estou formada!

– Jornalista.

– (Segurando o choro) Nem preciso dizer que esse canudo é nosso, né? Isso só foi possível por causa de você.

– (Segurando o choro) Eu sei, filha. (Chorando) Tenho tanto orgulho de você!

– Obrigada por tudo. Absolutamente tudo!

*Esse foi o meu texto de inscrição para o Curso Abril de Jornalismo 2013. Infelizmente, eu não passei.

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Sobre barrigas negativas e thigh gaps

Sim, eu também quero sem magra. Também quero ter um corpo bacana e me achar incrível em qualquer roupa. Não quero mais me preocupar se o meu braço parece um filhote de hipopótamo em cada foto que tirar e odeio me preocupar com isso toda vez que rola um flash.

Mas, peraí. Daí para desejar uma barriga negativa e um thigh gap tem chão.

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“Barriga negativa” da modelo Candice Swanepoel

Não bastasse a moda nos dizer que devemos todos nos vestir do mesmo jeito, nos comportar do mesmo jeito e usar somente o que for tendência, o universo de beleza agora vem pregar que você só é linda se tiver a tal barriga negativa, o espaço entre as coxas, a virilha sarada (???). Gente, qual é?

Não adianta mais só ser magra e saudável. Você tem que ostentar um corpo elevado á máxima potência – essa é a nova tendência. Se antes tudo que a gente devejava era sentar sem fazer dobrinhas, malhar o suficiente para poder comer o que tiver vontade e entrar em uma calça jeans tamanho 38, hoje, o negócio é bem diferente.

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Thigh gap (esse espaço entre as coxas) virou uma febre entre as adolescentes americanas

Você não é cool se não toma um copo de suco verde em jejum todo santo dia. E não é aquele suquinho verde gostoso que você toma em um dia de calor para se refrescar, não. É um copo de salada batido no liquidificador. Todo dia. Em jejum.

Você também não é cool se não faz a louca da academia, que toma Whey Protein com farinha, se alimenta sempre pensando em maximizar o benefício da ingestão de calorias e veste P. Às vezes PP.

Só é legal quem posta foto de barriga sarada no Instagram. Ou de pernas separadas. Enquanto isso, o resto de nós vai tentando se conformar em não ser tão legal assim… Em mostrar uma gordurinha aqui e ali de vez em quando. Em ter as pernas juntas. Em não malhar a virilha (sério, gente, essa da virilha me deixou passada!).

Para mim, o importante mesmo não é ter esse corpo ostentação. E olha que tô longe de estar feliz com o meu peso, vocês sabem. Mas, acho que já é suficiente emagrecer numa boa, só para me sentir bem com o meu guarda-roupa e com o espelho. Mas, claro que para a #geraçãoqualquercoisa isso não passa de preguiça da minha parte porque não tenho força de vontade para acompanhar o ritmo. O famoso recalque.

Ah, tenha dó…

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O tríplice desejo cosmopolita

Carrie Bradshaw uma vez disse que, em Nova Iorque, você está sempre procurando por um emprego, um namorado ou um apartamento. Pensando sobre isso, percebi que a sentença se aplica muito bem à cidade de São Paulo também. Aos 24 anos, não conheço uma só pessoa que não esteja procurando por uma dessas três coisas – algumas procuram até mesmo por todas elas.

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Embora não admitisse, passei praticamente toda a adolescência procurando por um namorado. Um cara bacana de verdade, com quem eu quisesse mesmo ficar. Aos 18 anos finalmente encontrei um, e ele não poderia ser melhor pra mim. Cinco anos depois, nós começamos a procurar um apartamento para morarmos juntos.

Encontramos o lugar ideal bem recentemente. Perto de tudo e dentro das nossas possibilidades financeiras. Nos mudamos um pouco antes do Natal e, até agora, tudo vai muito bem, obrigada! Encontrar essas oportunidades e poder realizar esses desejos não foi fácil. Muita coisa que não podemos controlar acontece pelo caminho.

Acho que posso me considerar uma garota de sorte. Tenho duas das três coisas mais procuradas por pessoas acima dos vinte anos: um namorado que me ama e um apartamento confortável. Atualmente estou procurando por um emprego. O item mais difícil de conseguir, se querem saber a minha opinião.

Infelizmente não sou o tipo de pessoa que se satisfaz somente com o salário que recebe. Quero um trabalho que me realize de diversas outras formas, que signifique algo para mim. E, por incrível que pareça, por melhor que eu seja no que quero fazer (e eu sei que sou!) , muitas vezes isso não basta.

De alguma maneira, me encontro em um limbo onde somente capacidade e paixão não são suficientes. Embora conheça pessoas que diriam exatamente o contrário: que tenho vontade demais, paixão demais. Não é que elas não sejam suficientes, elas são sufocantes. Talvez elas tenham razão.

Então, agora me encontro com a seguinte questão: como paramos de desejar algo? Como se faz para simplesmente esquecer o que queremos e nos conformarmos com o que eventualmente podemos conseguir? Existe um limite para que você não perca sua dignidade após um número determinando de tentativas frustradas de se chegar aonde quer?

Com certeza eu não sei nenhuma dessas respostas. Mas, gostaria muito de saber. Se eu não puder mais desejar com o emprego que sempre sonhei, então eu vou desejar o quê? Viver uma vida tranquila no meu apartamento confortável, mas sem paixão? Me limitar a ser apaixonada somente pelo meu namorado? Acho que não.

Eu quero uma paixão que me faça acordar todos os dias desejando ir ao trabalho.  Eu quero reconhecimento. Quero exercer minha criatividade. Quero ter assunto, ser interessante. Quero fazer diferente, ser o novo. Conviver com pessoas inspiradoras e humildes sobre suas melhores características. Estou sendo ingênua ou exigente demais?

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Tenho sofrido de um mal que atinge todo sabichão metido a escritor, acredito eu. Bloqueio artístico. Ele aparece quando podemos nos dar ao luxo de não ter inspiração para escrever sobre absolutamente nada.

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O momento mais assustador é exatamente antes de começar (Stephen King)

Nas ensolaradas tardes paulistanas – de um calor escaldante! – tenho preferido o combo cama e televisão à tela em branco do computador. Culpa das Kardashians.

Passo o dia todo prometendo a mim mesma que mais tarde vou escrever alguma coisa. Mais tarde…. Mais tarde… Pura procrastinação! Até que chega à noite, e com ela a culpa por ter me enganado mais uma vez.

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Aliás, deve ser por causa dela que não consigo dormir e escrevo essa confissão às quatro da manhã. Ou ela, ou as sonecas que confortavelmente tiro no meio da tarde. Vai saber…

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O dia em que eu decidi ser menos ansiosa

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Gente ansiosa tem outro defeito além da ansiedade: teimosia. Posso falar disso com conhecimento de causa porque sou a principal prova da minha tese.

Sou do tipo que gosta de ver para crer. E tenho pressa de viver.

Quem convive comigo vive me dizendo o quanto essa ansiedade é prejudicial. E o pior é que essa condição atrapalha não só a mim, mas também meus amigos, familiares e (principalmente!) meu namorado.

Mesmo assim, eu sempre lidei com a ansiedade de uma forma totalmente emocional e nunca procurei de verdade ter algum controle sobre ela. Quando alguém (oi, Vida!) me criticava por isso, me sentia incompreendida e ficava pra baixo.

Até ontem.

Troquei e-mails com uma certa jornalista que muito me inspira e que me fez o favor de escrever as sábias palavras que eu tanto escuto, mas que nunca tinha lido:

“Acho que sua ansiedade muitas vezes te atrapalha – e pode assustar as pessoas”.

Não sei se foi a percepção de que essa profissional que eu tanto admiro sentiu a necessidade de me dar esse toque ou se foi o fato de ter lido essas palavras em um contexto extremamente delicado para mim… Mas foi o que bastou para me fazer querer repensar a minha postura.

Nessa frase está implicita a afirmação de que eu posso ter estragado uma relação que tinha tudo para ser duradoura e produtiva por causa da minha pressa em “ver as coisas acontecerem”…

Sendo assim, decidi que quero deixar o barco correr um pouco mais solto. Sim, eu continuo acreditando que é preciso correr atrás daquilo que a gente quer e acredita para fazer dar certo. Mas, também preciso crer que o que é meu está reservado e que, com o tempo, as coisas virão.

Agradeço à ela e a todas as outras pessoas que, de alguma forma, me ajudaram a perceber que preciso tomar as rédeas da minha ansiedade.

É preciso confiar que tudo aquilo que você se preparou tanto para viver um dia será, de fato, vivido. Não importa quanto tempo demore.

Enquanto isso, vou tentar controlar melhor meus repentes de ansiedade para viver a vida como ela é – e não como eu gostaria que fosse.